Conheça os erros mais
comuns dos gestores de negócios.
O ser humano comete equívocos de
pensamento mesmo quando acredita estar usando a lógica. Episódios cotidianos,
pesquisas científicas e estudos psicológicos mostram que, ao usar o senso comum
e o que julgam excesso de confiança, as pessoas cometem erros de decisão sem
nem mesmo perceber. Isso prejudica, sobretudo, o gerenciamento dos negócios.
De acordo com o autor do livro A
Arte de Pensar Claramente, Rolf Dobelli, é possível identificar as
"escorregadas" mais frequentes e trabalhar para não cometê-las,
melhorando o raciocínio lógico e a tomada de decisões no ambiente de trabalho.
Como se proteger de
deslizes na hora da tomada de decisão:
Não abuse do excesso
de confiança
O conhecimento e a capacidade de
prognosticar costumam ser superestimados pelas pessoas. Pesquisadores usaram
jogos de adivinhação para testar o quanto
pessoas estavam seguras em relação a uma opinião específica ou às
respostas que davam. Elas erravam muito mais do que acreditavam – ainda mais
quando eram especialistas. Para esses pesquisadores, o ceticismo é a arma
contra essa armadilha. Duvidar das próprias projeções e pensar em cenários
pessimistas é importante para decidir melhor.
Informação não é tudo
Há hoje a sensação de que, quanto
mais informação disponível, melhores as decisões tomadas. Segundo Rolf, isso é
falso. O argumento do autor é o seguinte: se as centenas de milhares de
economistas do mundo com pilhas de relatórios, estudos e levantamentos não
conseguiram prever a crise financeira de 2008 que assolou os Estados Unidos e a
Europa, informação não é tudo.
Moral da história: não se sinta
seguro porque está com todos os dados em mãos. Preste atenção em todos os fatos
presentes na hora de tomar uma decisão.
Não pense que muito
esforço significa bons resultados
Quando alguém dedica muita
energia a uma tarefa, tende a superestimar os resultados. O nome disso é
justificativa do esforço. Cursos de MBA usam essa estratégia deixando os alunos
atarefados em excesso e tão exaustos que, no futuro, vão pensar que a
qualificação foi essencial para a carreira — mesmo que não seja verdade.
Sempre que investir em algo que
demandou esforço, examine friamente o resultado — e apenas o resultado.
Questione opiniões
unânimes
Em 1950, o psicólogo Solomon Ash
comprovou como a pressão do grupo desvirtua o bom senso. Uma pessoa avaliava o
tamanho de algumas linhas. Quando estava sozinha, costumava acertar. Mas,
quando dividia a sala com um ator que respondia errado de propósito, tinha mais
propensão a errar. Isso acontecia em 30% dos casos. É uma fragilidade que
requer atenção: desconfie das unanimidades.
Conheça o que deu
errado
Como o sucesso produz maior
visibilidade do que o fracasso, tendemos a olhar mais para as histórias que
deram certo e menos para projetos, investimentos e carreiras que não decolaram.
Um escritor de sucesso, por exemplo, é um em meio a centenas de autores que
nunca conseguiram publicar um livro. A maneira correta de encarar a realidade é
conhecer projetos, empresas e produtos que deram errado.
Achar que se não
aconteceu nunca vai acontecer é perigoso
Esse pensamento é chamado de
"viés de disponibilidade" e ocorre, por exemplo, quando alguém pensa
que, se conhece uma pessoa que sempre fumou e morreu aos 100 anos, o cigarro
não é tão prejudicial.
É um engano perigoso, pois cria
um falso mapa de riscos mental. Foge disso quem convive com pessoas que têm
opiniões e estilos de vida diferentes: a diversidade funciona como um escudo.
Não fique preso à
reciprocidade
A reciprocidade se resume a
ajudar o outro porque ele o ajudou. O cientista Robert Cialdini, que pesquisou
o assunto, constatou que o ser humano não gosta de se sentir culpado. Por isso,
fica pressionado a retribuir e pode misturar as relações, como favorecer um
cliente que ofereceu ingressos para o futebol. A melhor estratégia é recusar
presentes e favores.
Analise a estimativa
de futuro dos seus projetos
Muitos profissionais não desistem
de projetos fadados ao fracasso apenas porque já gastaram tempo demais em cima
daquela ideia. É a falácia do custo irrecuperável. Isso atinge as pessoas fora
do ambiente de trabalho, em planos que demandaram investimento de tempo,
energia e dinheiro. Quanto mais se gastou, maior a pressão interna para não
desistir.
O problema é que se anda em
círculos: o projeto ruim não abre espaço para um novo projeto melhor. Na hora
de continuar ou não com algo, não importa o que já se investiu. Analise qual é
a estimativa de futuro.
Fonte: http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/crcsp_online/materias/310_12.htm
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